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SERMÃO 4 – A NOVA RELIGIÃO: PAGANISMO MODERNO, SINCRETISMO E AFROESPIRITUALIDADE

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SEMANA 4

RESISTINDO À CULTURA DO PRAZER E DO PODER

PR. PATRICK D. V. RIBEIRO

 

INTRODUÇÃO DA SÉRIE


O QUE SIGNIFICA CONTRACULTURA?

Significa remar contra a maré. O mundo ao nosso redor tenta moldar nossa mente, valores e estilo de vida segundo seus padrões – seja pela mídia, política, ideologias, entretenimento ou até religiões alternativas.

 

·        Mais de 50% dos jovens brasileiros entre 18 e 29 anos não frequentam igreja regularmente (IBGE, 2023);

·        A influência de mídias sociais e cultura secular contribui para o abandono de princípios cristãos e valores familiares (Pew Research Center, 2022);

·        Muitos jovens e adultos estão sendo educados em ambientes onde a fé é minimizada ou relativizada.

Diante deste cenário, a série CONTRACULTURA é um chamado para vivermos de forma diferente, sendo luz em meio às trevas, sal em meio à apatia espiritual. Como disse o filósofo e cristão Russell Kirk, “A sociedade sem referências morais profundas é uma sociedade à mercê do capricho do poder e do efêmero prazer”.

 

Mas o chamado de Jesus é outro: não fugir do mundo, mas resistir com fidelidade e santidade.

POR QUE CONTRACULTURA?

1.   Porque ser cristão é não se conformar (Romanos 12:2), mas renovar a mente na Palavra.

2.   Porque o Evangelho não apenas confronta, mas transforma o coração, o corpo, a mente e as relações.

3.   Porque enquanto o mundo se curva aos ídolos modernos (dinheiro, prazer, ideologias), o cristão permanece firme em Cristo.

4.   Porque nossa esperança não está no sistema humano, mas no Reino inabalável de Deus (Hebreus 12:28).

 

 

DURANTE 7 SEMANAS, VAMOS MERGULHAR EM TEMAS QUE TOCAM DIRETAMENTE NOSSA VIDA:

1.   A pressão cultural e a fidelidade cristã

2.   A guerra pela mente e ideologias

3.   A sedução da arte e do entretenimento

4.   O paganismo moderno e novas religiões

5.   A cultura do corpo, feminismo e ideologia de gênero

6.   Política, economia e poder diante do Evangelho

7.   A vitória final do Reino de Deus

 

Cada sermão será acompanhado de um plano de jejuns práticos, ajudando a igreja a viver a Palavra com intensidade no dia a dia. Essa série é um chamado à firmeza, santidade e esperança.

 

CONTRACULTURA não é isolamento, mas fidelidade em meio à hostilidade. Não é ódio ao mundo, mas amor a Deus acima de tudo. É a prova de que o Evangelho continua sendo poder de Deus para transformar gerações.

 

Hoje daremos sequência a nossa jornada com o SERMÃO 4 – A NOVA RELIGIÃO: PAGANISMO MODERNO, SINCRETISMO E AFROESPIRITUALIDADE

Texto Base: 1 Coríntios 10.20-21

“Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus; e não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.” (1 Co 10:20-21)

 

Tema: A Nova Religião: Paganismo Moderno, Sincretismo e Afroespiritualidade

 

INTRODUÇÃO DA MENSAGEM

 

Vivemos em um tempo em que a antiga idolatria ganhou novas roupagens. Paulo já advertia os cristãos de Corinto sobre o perigo de participar de cultos e rituais que pareciam inofensivos, mas que eram espiritualmente comprometedores.

 

No mundo greco-romano:

•     Existia pluralidade de deuses: Zeus, Apolo, Afrodite, Dionísio etc.

•     O culto não era apenas religioso, mas também político e social.

•     O imperador romano era adorado como deus vivo, exigindo que todos sacrificassem diante de sua imagem.

 

Para os cristãos dos primeiros séculos, recusar oferecer incenso ao imperador era um ato de contracultura, muitas vezes pago com a própria vida.

Como disse Tertuliano: “O sangue dos mártires é a semente da Igreja.”

 

Paulo, escrevendo aos coríntios, mostra que esses cultos não eram apenas folclore cultural, mas contato espiritual com demônios, bem semelhantes ao que presenciamos hoje, o ressurgimento de velhas práticas sob o nome de paganismo moderno, espiritismo, cultos afros, esoterismo e novas ideologias.

 

O que vemos hoje é uma tentativa de ressuscitar antigos cultos pagãos em nova roupagem:

 

•     Espiritismo kardecista, umbanda e candomblé.

•     Nova Era: astrologia, cristais, energias, meditação transcendental.

•     Neopaganismo europeu (wicca, druidismo).

•     Religiões afro reinterpretadas como resistência cultural e identitária.

 

         E como tem afirmado, para cada comportamento do homem, tem uma filosofia por detrás, e a filosofia que embasa essa retomada foi proposta pelo sociologo e também filosofo Boaventura de Sousa Santos, em sua proposta das Epistemologias do Sul, critica como o cristianismo (e outros saberes e instituições ocidentais) foi historicamente utilizado como parte do aparato colonial para subjugar culturas indígenas, afrodescendentes e populares, invisibilizando seus saberes.

 

Mesmo ele não afirmando necessariamente que o cristianismo, como religião de fé, deva ser substituído, mas aponta que muitos veem o cristianismo como símbolo ou instrumento de dominação colonial. Mas qual o risco deste esteriotipo adquirido?

 

O risco dessa retórica, que inicialmente soa como valorização cultural, muitas vezes pode ser transformada em substituição espiritual, colocando o cristianismo como inimigo da diversidade e da liberdade.

 

Mas pensamos bem. Estamos conscientes de como narrativas ideológicas como essa podem ser utilizadas por pessoas de má fé e assim colocar a fé cristã no banco dos réus?

 

Como filosofia assim embora bem intencionada para o contexto da saociedade, podem no contexto espiritual ser manipupada pelo inimigo para nos ludibriar e nos levar a assentar a mesa de demônios como diz Paulo?

 

Então para essa questão é muito importante como cristão termos atenção, pois como Na filosofia e sociologia, propostas como a de Boaventura de Sousa Santos e os pensadores decoloniais têm uma intenção clara: dar voz aos grupos historicamente silenciados, recuperar saberes indígenas, afrodescendentes e populares que foram marginalizados pela colonização e pela ciência ocidental.

 

Nesse aspecto, a proposta pode ser vista como um esforço de justiça social e cultural. Mas quando tratamos do aspecto espiritual, é claro o que o apostolo Paulo nos alerta em 1 Coríntios 10:20-21.

Não existe neutralidade nas práticas religiosas.

 

O que culturalmente pode parecer apenas resistência ou identidade, espiritualmente pode ser um convite a participar da mesa dos demônios.

 

Amados como bem sabemos o inimigo é sutil, ele pode usar discursos filosóficos ou sociais legítimos como ponte para introduzir sincretismo espiritual e relativização da fé. Como disse C. S. Lewis: “Há duas igualdades que são mais mortais do que todas: a de que todos os credos são iguais e a de que todas as opiniões são igualmente válidas.”

 

E esta a proposta desse sermão, leva os irmãos entenderem que como filosofia, a epistemologia do Sul o decolianismo tem seu valor ao denunciar injustiças históricas. Mas como espiritualidade, se usada para relativizar Cristo e exaltar outras divindades, torna-se uma mesa de engano.

 

É aqui que entra a vigilância do cristão:

Discernir o que é debate social legítimo e o que é idolatria espiritual disfarçada.

 

Paulo já havia advertido:

“Ninguém vos engane com vãs palavras; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Ef 5:6).

 

Ele também escreveu ao corintos o seguinte conselho:

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição de fortalezas, derrubando raciocínios e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus” (2 Co 10:4-5).

 

Sendo assim amados, preciso afirmar que nem toda filosofia é má em si mesma; algumas até nascem da busca sincera por justiça. Mas espiritualmente, o diabo pode usar essas ideias para relativizar a fé, minar a exclusividade de Cristo e nos convidar, de forma sutil, a participar da mesa dos demônios. Por isso, precisamos discernir o espírito por trás dos discursos.

 

E é com essa premissa que trago o tema para o sermão de hoje.

 

O PAGANISMO MODERNO E AS 3 VERDADES QUE PRECISAMOS SABER

 

1. QUALQUER SACRIFÍCIO QUE NÃO FOR A DEUS, SERÁ A DEMÔNIOS.

As coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios (v. 20).

 

Desde Abel até o templo em Jerusalém, o sacrifício sempre foi parte da adoração. O problema nunca foi o sacrifício em si, mas como e a quem era oferecido.

 

•     Abel ofereceu pela fé (Gn 4:4).

•     Caim ofereceu sem coração obediente (Gn 4:5).

•     Israel muitas vezes sacrificava, mas com mãos impuras, e Deus rejeitava (Is 1:11-13).

•     Em Cristo, o sacrifício perfeito foi realizado uma vez por todas (Hb 10:12). Hoje, oferecemos a Ele sacrifícios espirituais (Rm 12:1; 1 Pe 2:5).

 

Porém o tempo foi passando e o que era oferecido ao Senhor o inimogo foi tentado tomar posse como vemos ainda no antigo testamento no antigo Oriente Médio:

 

•     Sacrifícios a Moloque (incluindo crianças queimadas, Lv 18:21).

•     Baal e Aserá recebiam ofertas com práticas sexuais ritualísticas.

•     Israel corrompido onde muitos profetas denunciaram quando o povo de Deus tentou misturar o culto ao Senhor com sacrifícios a ídolos (Ez 8; Jr 7).

 

No novo testamento vemos os Greco-romanos com seus sacrifícios a Zeus, Apolo, Vênus, e outros, onde até Dionísio, o imperador era adorado como “senhor e deus”.

 

Vemos que Paulo é enfático, qualquer sacrifício que não é feito para Deus é feito para demônios. E é isso que temos observado, esses altares a demônios tem sido reeguido em nossos dias.

 

Através

•     Astrologia: cada planeta/regente é tratado como poder espiritual que influencia a vida — uma forma de entregar destino a “outros deuses”.

•     Wicca e neopaganismo: resgate de deuses antigos (Cernunnos, Diana, Gaia), com sacrifícios simbólicos, encantamentos e oferendas (Os filmes da disney, usa muito isso).

•     Espiritismo esotérico: rituais com velas, comidas e bebidas para entidades, buscando favores e poderes.

•     Movimentos culturais: resgates de mitologias (nórdicas, indígenas, africanas, greco-romanas) como símbolos identitários — muitas vezes exaltando-os de forma espiritualizada.

•     Cultura pop: música, filmes e jogos que resgatam divindades antigas não só como mitos, mas como figuras a serem veneradas ou admiradas.

 

Assim como no passado o inimigo tentou roubar para si os sacrifícios, hoje ele continua fazendo isso em formas “modernas”, disfarçadas de cultura, identidade ou até entretenimento. O cristão precisa discernir e se lembrar de que só há um altar legítimo: o de Cristo.

 

O que ontem estava nos templos de Apolo e Diana, hoje se apresenta como “autoconhecimento” ou “energia cósmica”.

 

O cristão não deve romantizar práticas espirituais alternativas, mas discernir o espírito por trás delas como diz o apostolo João:

“Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.”1 João 4.1

 

2. NO MUNDO ESPIRITUAL NÃO HÁ ESPAÇO PARA FICAEM CIMA DO MURO. (ROMPA COM O SINCRETISMO RELIGIOSO)

Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios” (v. 21).

 

Em um pais tão diverso como o Brasil, não é difícil se perder em meio tantas práticas religiosas a ponto de está misturando práticas de uma religião a outra.

 

Um exemplo disso é quando vemos a mistura entre catolicismo popular, espiritismo e religiões afro que criaram práticas que parecem “inofensivas”, mas que espiritualmente dividem a lealdade.

 

Algumas igrejas neopentecostais incorporam elementos de cultos afro-brasileiros, como dança ritual, tambores ou rezas específicas, com o argumento de que é “expressão cultural” ou “potencial espiritual”.

 

Embora a intenção possa ser boa (atrair pessoas ou valorizar a cultura), espiritualmente essas práticas não são neutras. Paulo nos lembra que há um mundo espiritual que não podemos ignorar.

 

Outro exemplo são as festa de santos (São João, São Pedro e outras), oferendas ou bênçãos populares podem ser instrumentos de fé genuína, mas quando misturados com práticas de magia, encantamentos ou sincretismos explícitos, tornam-se uma mesa dupla.

 

O cristão deve discernir: respeitar as tradições e os indivíduos, mas não participar espiritualmente de práticas que competem com o altar de Cristo (1 Jo 4:1-3). Meus irmãos, o sincretismo tenta unir o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. E precisdamos de uma vez por todas entender que a fé cristã não pode ser relativizada.

 

Como disse no contexto brasileiro, um país extremamente diverso, é fácil se perder. Há catolicismo popular, espiritismo, umbanda, candomblé, novos cultos e práticas neopentecostais que, sem perceber, absorvem elementos dos terreiros, como dança ritual, batuques ou gestos simbólicos, transformando-os em adoração ou ritual dentro da igreja.

 

Paulo é direto a fé cristã não permite neutralidade. Não há como participar de um culto ao Senhor e ao mesmo tempo se submeter a práticas espirituais que vêm de fontes contrárias a Deus. Além deste confronto de Paulo a bíblia nos mostra mais 3 momentos onde o povo de Deus é chamada uma decisão.

 

•     Josué ao entrar em Canaã (Josué 24:14-15)

“Agora, portanto, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com fidelidade; e rejeitai os deuses que serviram vossos pais…”

Josué exorta a decisão: escolher a Deus de forma consciente, rejeitando práticas que dividem a lealdade espiritual.

 

•     Elias e o Monte Carmelo (1 Rs 18:20-40)

Elias confrontou o povo que tentava servir a dois senhores: Yahweh e Baal. Perguntou: “Até quando vocês ficarão divididos entre dois caminhos? Se o Senhor é Deus, sigam-no; se é Baal, sigam-no.”

O povo precisava de decisão clara. Deus demanda exclusividade na adoração.

•     Jesus (Mateus 6:24)

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou se dedicar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

 

Aqui a aplicação é direta; ou servimos ao Senhor ou servimos aos ídolos modernos, sejam eles dinheiro, prazer, poder ou práticas sincréticas.

 

Como sempre é importante uma decisão, como cristão devemos respeitas todas as religiões, bem como suas práticas e seus seguidores, mas nunca aceitar a servir a duas mesas. Pois Jesus nos chamou para seguir, e isso requer exclusividade.

A questão não é condenar a cultura ou a identidade, mas o comprometimento espiritual.,

 

E por fim.

 

 3. NÃO EXISTE NEUTRALIDADE NA ESPIRITUALIDADE.

Não quero que sejais participantes com os demônios” (v. 20b).

 

Quero novamente afirmar, que não é porque uma pessoa não seja da nossa religião que não devemos amar, respeitar , muito pelo contrário, respeitamos as expressões culturais e a dignidade de todos os povos, mas não podemos confundir respeito cultura com adoração espiritual.

 

Temos visto diariamente religiões de matriz africana  como Umbanda, candomblé e até cultos de possessão sendo apresentados como “resistência histórica” e “identidade cultural”, mas espiritualmente a bíblia chama isso de mesas estranhas.

 

Como o Senhor disse por meio do profeta Isaías no capítulo 42.8: “A minha glória não darei a outrem.”

Por isso o discernimento espiritual é urgente, pois novamente insisto no mundo espiritual, não existe neutralidade; qualquer “flerte” com práticas religiosas que não glorificam a Cristo pode nos afastar do único Senhor.

 

É importante é resaltar:

•     Participar parcialmente de mesas que rivalizam com Deus, mesmo que sob justificativas culturais ou identitárias, é entregar lealdade espiritual a fontes erradas.

•     Amar e respeitar pessoas de outras religiões é mandamento bíblico: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39). Mas não significam adoração compartilhada

•     Respeito às expressões culturais, tradições e história de outros povos é importante e necessário, mas respeito não é sincretismo.

•     Confundir amor e tolerância com participação espiritual em práticas de outras religiões é o que Paulo chama de mesas estranhas (1 Co 10:21).

 

Ser contracultura é amar as pessoas, mas rejeitar toda mesa que rivalize com a de Cristo. O único cálice que bebemos é o da Nova Aliança no sangue de Jesus.

 

CONCLUSÃO:

Amar as pessoas sem aceitar práticas espirituais que rivalizam com Cristo é o equilíbrio entre graça e verdade. E por isso é necessário dizer que o único cálice que o cristão deve beber é o da Nova Aliança no sangue de Jesus (1 Co 11:25).

 

Isso exige coragem, decisão e consistência: ser luz e sal, mesmo em um mundo que mistura fé, cultura e identidade de maneiras complexas. Por isso amados, avaliem sua vida, observem se há práticas, hábitos ou “flertes” com filosofias, rituais ou entretenimentos que possam estar contaminando sua fidelidade a Cristo.

 

Ore diariamente por discernimento “Senhor, ajuda-me a reconhecer as mesas que não são tuas e a permanecer fiel ao Teu altar.”

 
 
 

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