QUEM DIZEM QUE EU SOU? | Pr. Patrick Ribeiro
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- 13 de abr.
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Atualizado: 13 de abr.

TEMA: QUEM DIZEM QUE EU SOU?
TEXTO BASE: Mateus 16:13-17
Pr. Patrick Ribeiro – Igreja Presbiteriana Renovada de Almenara
PROPÓSITO:
Levar a igreja a refletir profundamente sobre quem é Jesus em suas vidas e se o que dizem com os lábios condiz com o que vivem. Despertar para a importância de reconhecer a identidade de Cristo e, a partir disso, a própria identidade.
1. INTRODUÇÃO:
O ESPELHO EMBAÇADO
Imagine-se diante de um espelho embaçado após um banho quente. Você tenta se ver, mas a imagem está distorcida. Só quando você passa a mão no vidro, aos poucos vai enxergando quem está ali refletido.Assim também é a nossa compreensão sobre Jesus: muitas vezes temos uma imagem embaçada dEle — formada por tradições, opiniões alheias ou experiências religiosas. E quando nossa visão sobre Cristo está embaçada, nossa identidade também se torna confusa.
“Conhecer a Cristo é o ponto de partida para nos conhecermos verdadeiramente.”— Agostinho de Hipona
Jesus não nos pergunta apenas para sabermos mais sobre Ele, mas para que, ao conhecê-Lo, descubramos quem somos de fato. Como dizia Calvino:
“O conhecimento de Deus e o conhecimento de nós mesmos estão tão entrelaçados que é difícil dizer qual vem primeiro.”
O CONTEXTO DA PERGUNTA
Mateus 16 nos leva a Cesareia de Filipe, uma região repleta de templos pagãos e imagens de deuses. Era como se Jesus os levasse ao centro do pluralismo religioso da época para fazer uma pergunta simples, porém profunda:
(v.13) “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”
(v. 15) “E vocês, quem dizem que eu sou?”
Era uma pergunta teológica, mas também existencial. Ele não busca uma resposta correta de catecismo, mas uma confissão que brote do coração e transforme a vida. E é dessa pergunta que entenderemos.
3 QUESTÕES IMPORTANTES ACERCA DA IDENTIDADE DE CRISTO.
QUESTÃO 1. ELE NÃO É O QUE DIZEM SER — AS VOZES DO MUNDO (v. 13-14)
Os discípulos relatam o que ouviram:
“Uns dizem João Batista, outros Elias, outros Jeremias ou um dos profetas.”
Eram respostas religiosas, respeitosas, mas insuficientes.
Essas comparações feitas pelos discípulos eram todas honrosas. João Batista foi o maior entre os nascidos de mulher (Mateus 11:11), Elias um profeta de fogo, Jeremias um intercessor choroso, e os profetas homens de Deus.
Mas todas essas respostas são parciais, limitadas e, portanto, perigosas, porque reduzem Jesus a categorias humanas.
Segundo a psicologia social, tendemos a construir nossas crenças com base no coletivo e no que está mais presente à nossa volta. É a chamada influência normativa social.
POR QUE AS PESSOAS PENSAM ASSIM?
Segundo a psicologia social, especialmente os estudos de Solomon Asch sobre conformidade, a maioria das pessoas tende a repetir o que ouve e ajustar suas convicções à opinião do grupo.
Isso é chamado de influência normativa social. Ou seja, em vez de buscar a verdade, buscamos aceitação.
“Quando a verdade deixa de ser absoluta, ela se torna negociável.” — Ravi Zacharias
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DE CONHECER JESUS DE FORMA DISTORCIDA?
1.1. Reduzimos a fé a moralidade
Se Jesus é apenas um “homem bom”, o cristianismo vira um código de ética.
Consequência: Religião sem transformação.
Texto: 2 Timóteo 3:5 — “Tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder.”
1.2. Trocamos o Senhor por um símbolo
Se Jesus é apenas “um mártir do amor”, Ele se torna apenas um exemplo a ser admirado, não alguém a ser obedecido.
Consequência: Inspiramo-nos em Jesus, mas não nos submetemos a Ele.
“A cruz de Cristo não é apenas para contemplação, é para rendição.”
1.3. Vivemos uma fé superficial
Se creio em Jesus por influência da maioria, minha fé é frágil e instável.
Consequência: Qualquer crise pode abalar minha fé.
Texto: Mateus 7:26-27 — A casa edificada sobre a areia.
1.4. Desenvolvemos uma espiritualidade genérica
Se Jesus é só mais um líder espiritual, Ele perde a exclusividade.
Consequência: Relativismo espiritual.
João 14:6 — “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”
O teólogo A.W. Tozer dizia: “O erro mais grave que podemos cometer é ter pensamentos pequenos sobre Deus.”
Isso vale para Jesus. Pensar pequeno dEle é pensar errado de nós mesmos, da salvação e da eternidade. Conhecer um Jesus "cultural" nos impede de viver o Evangelho transformador.
Segundo a teoria da identidade social, proposta por Henri Tajfel, nossa identidade é influenciada por nosso grupo de referência.
Se o grupo minimiza Cristo, nós corremos o risco de adotar uma versão diluída de quem Ele é, moldando nossa fé conforme o que “os outros dizem”.
Mas fé que depende do coletivo, não se sustenta na solidão.
Por isso?
· Quem tem moldado sua visão sobre Jesus? A Palavra ou o mundo?
· Você crê em quem Jesus realmente é, ou em quem você gostaria que Ele fosse?
QUESTÃO 2. ELE É AQUELE QUE O ESPÍRITO SANTO NOS REVELA (v. 15-16)
E vocês, o que dizem que eu sou?”“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” — Pedro
ESSA É A PERGUNTA MAIS IMPORTANTE DA VIDA!
Jesus tira o foco do que os outros dizem e volta-se diretamente aos discípulos:“E VOCÊS, quem dizem que eu sou?”
Essa pergunta exige uma resposta íntima, pessoal e intransferível.
Pedro responde com fé e precisão:
"Tu és o Cristo" – O Ungido, o Messias prometido desde o Gênesis (Gn 3:15; Is 9:6).
"Filho do Deus vivo" – Não apenas um profeta, mas o Deus encarnado (Jo 1:1,14).
Essa resposta não veio da cultura, da tradição ou do "achismo". Jesus mesmo diz:
“Não foi carne e sangue que te revelaram isso, mas meu Pai que está nos céus.” (v. 17)
Essa confissão só é possível por revelação divina.
Romanos 10:9 — “Se com tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”
“Cristianismo não é apenas uma crença, mas uma rendição a uma Pessoa.”— C.S. Lewis
Essa rendição só é possível por revelação espiritual, não por educação religiosa ou pressão cultural. A revelação de Cristo exige quebra de paradigmas, rendição de vontades, e reconstrução de identidade.
QUANDO CONHECEMOS A CRISTO ATRAVÉS DA REVELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
2.1. Nossa identidade restaurada
Pedro, ao reconhecer quem Jesus é, também começa a entender quem ele mesmo é (v.18 — “Tu és Pedro...”).
2 Coríntios 5:17 — “Se alguém está em Cristo, é nova criatura.”
Aplicação: Quando sabemos quem Jesus é, sabemos quem somos Nele.
2.2. Nossa fé é restaurada (Não mais uma fé por tradição, mas por revelação)
A fé de Pedro nasce da revelação, não da tradição.
Consequência: Uma fé que permanece mesmo quando ninguém à volta crê.
João 6:68-69 — “Para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna.”
2.3. A autoridade sobre nossa vida é mudada
A revelação traz autoridade: “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja...” (v.18)
Consequência: Uma vida que impacta o mundo, não apenas sobrevive a ele.
Atos 4:13 — “Reconheceram que haviam estado com Jesus.”
2.4. Nosso relacionamento com Deus é aprofundado
A revelação do Cristo vivo gera intimidade com Deus vivo.
“A religião sabe sobre Deus. A revelação nos faz andar com Ele.”
APLICAÇÃO
“Sua confissão é fruto de revelação ou tradição?”
Perguntear à igreja:
Você repete o que ouviu ou responde com convicção pessoal?
Sua visão de Jesus muda quando está sozinho?
Jesus é um conceito ou é a sua fonte?
“Quem Jesus é para você molda tudo o que você é diante do mundo.”
QUESTÃO 3. QUEM ELE É REVELA QUEM EU SOU- IDENTIDADE RENOVADA (v.17-18)
Quando Pedro reconhece quem Jesus é, Jesus revela quem Pedro é:
“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...”
Jesus muda o nome de Simão (caniço instável) para Pedro (pedra firme).
Isso mostra que:
I. Conhecer a Cristo redefine nossa identidade.
II. O evangelho não apenas revela quem Deus é, mas transforma quem somos.
Como analista comportamental, uso bastantes ferramentas para que as pessoas possam conhecer mas sobre elas, e uma base muito clara é as percepções, tanto o DISC quanto o ICA, são exemplos disso.
Na analise comportamental nossa identidade é moldada por três pilares:
1. Autopercepção (como me vejo),
2. Percepção social (como os outros me veem),
3. Referência absoluta (como alguém que me conhece totalmente me vê).
Somente Jesus pode ser essa referência absoluta, pois Ele nos conhece antes da fundação do mundo (Salmo 139:1-4).
“Sem Cristo, o homem permanece um mistério para si mesmo.” — João Paulo II
CONCLUSÃO:
NÃO BASTA SABER, É PRECISO RECEBER
Jesus ainda pergunta hoje: “E vocês, quem dizem que Eu sou?”
Essa pergunta ecoa em cada culto, célula, momento devocional... Não é só para responder com a boca, mas com a vida.
Lucas 6:46: “Por que me chamam 'Senhor, Senhor' e não fazem o que eu mando?”
João 1:12: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus...”
Hoje, Jesus não quer só ser conhecido. Ele quer ser recebido. Ele quer ser Senhor, não só Salvador. Quer transformar caniços em pedras. Quer transformar ouvintes em discípulos.
APLICAÇÕES PRÁTICAS
1. Responda pessoalmente: Quem Jesus é na sua vida — na prática?
2. Viva de forma coerente: Que seu estilo de vida seja coerente com sua confissão.
3. Busque identidade em Cristo: Não deixe que o mundo dite quem você é.
4. Receba-O como Senhor: Submeta suas vontades a Ele. Jesus não quer ser parte da sua vida, mas o centro dela.
PENSE:
“Ver Jesus claramente é começar a ver a si mesmo com verdade.”
“A resposta à pergunta ‘quem é Jesus?’ define todas as outras da sua vida.”
“Não é o que o mundo diz que importa, mas o que você decide viver.”
DECIDE RECONHECE-LO COMO O SENHOR DA SUA VIDA E ENTREGA-LA A ELE DE TODO SEU CORAÇÃO HOJE?
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